quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MEMORANDO


Olá, pessoal! Faz tempo que não escrevo... Sim, realmente faz muito tempo. Eu não morri, se é o que alguns pensam. Estou aqui, pois vez por outra bate saudade dos velhos tempos. Tempos de muita aventura. Tempos que não voltam. Mas novos tempos sempre são bem vindos! Só quero dizer algumas novidades, e falar uma boa: Estou casando dia 11 de Janeiro! Por isso, meu afastamento. Muita coisa pra resolver, etc... Mas resolvi criar essa postagem para desabafar algumas coisas, algumas das quais eu gostaria muito que alguém soubesse...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dossiê SPNA (SuperPato Novas Aventuras)


Faz algum tempo que eu comprava essa revista. Era 1998, e a famigerada Saga do Clone estava me irritando! Não estava mais comprando nem Marvel nem DC, mas queria ler alguma coisa. Eu ainda era moleque, e ví um comercial na TV anunciando uma nova revista: SuperPato - Novas Aventuras. Lembro que tinha gostado da capa, e já havia lido algo sobre o alter-ego do Pato Donald e havia gostado, então decidi comprar. Na época, era uma revista cara (R$: 5,00) se comparada as outras, mas me encantei logo de início com o teor da história. Não era o velho Donald se dando mal como sempre. Havia um enredo legal, com boas doses de humor, mas muita ação! E personagens muito bem trabalhados. E essa qualidade perdurou pelas poucas 06 edições do personagem. Infelizmente, a revista não vendeu tanto quanto a Abril Jovem gostaria, e teve de ser cancelada. Mas, para mim, ainda é a melhor revista de toda aquela geração! Vou explicar agora que revista foi essa que me fez abandonar as comics tradicionais sem sentir falta...

QUEM ERA QUEM NO UNIVERSO DE SUPERPATO
SPNA começava em um universo futurista, com grandes prédios e alta tecnologia. E no coração da cidade, está a Patofuts Tower, um gigantesco arranha-céu criado por E. Duardo Patofuts. E é lá que Donald trabalha, como um zelador. Há um jornal famoso, o 00 Channel, onde um jornalista chamado Tecão Jones tenta difamar o Superpato a qualquer custo! No mesmo jornal está Lya, que secretamente é uma andróide vinda do futuro. Ela é aliada ao Superpato, e rola um clima meio que de amizade colorida, mesmo sabendo da origem humanóide dela. E falando em robôs, há o Mestre, principal aliado do herói. Criado por E. Duardo Patofuts, usa a tecnologia de seu criador para ajudar Superpato em sua carreira heróica.
Os principais inimigos do Superpato são os Antarianos, aliens que querem dominar o planeta Terra. Destaque para Zondag e Zoster, que aparecem na primeira edição. O primeiro é líder do cruzador que sobrevoa Vênus, e o outro é o comandante da equipe científica da nave. Há também outros com bom destaque, e as "chamas-frias", que são outras raças abduzidas pelos antarianos. São os inimigos mais frequentes das histórias, e sempre rendem boas aventuras. Eles se reproduzem numa forma parecida com aboboras, e uma vez até foram confundidos com tais legumes... Destaque para Xandum, uma guerreira xerbiana que caça os antarianos. Extremamente poderosa, e uma aliada importantíssima para Superpato! Sozinha, ela destruiu o cruzador Antariano em Vênus, numa excelente primeira edição...

Mas não são apenas os Antarianos que infernizam a vida do Superpato. Há grandes momentos com o vilão Demolidor, este vindo do futuro. Muito habilidoso e inteligente, é uma espécie de conquistador. E quando falamos dele, lembramos também da Polícia Temporal, que é responsável por manter o status quo da realidade. Mesmo agindo conforme a lei, nem sempre confiam no herói. E vale mencionar os cientistas loucos, como Morgan Fairfax, que tencionou afundar Patópolis para poder melhorar o mundo (história longa, mas era bem legal e fazia todo sentido o plano dele, entrando em conflitos entre a lógica e a ética). Fora o que infelizmente não foi mostrado no Brasil...
O teor de suas histórias sempre envolviam ficção científica, investigação, mas sempre com uma dose de humor na medida certa. Lembra um pouco Darkwing Duck, mas de uma forma mais profunda. Há questões em que Donald precisa decidir o que é certo, o que nem sempre é lógico. Personagens morrem, afetam a vida dos outros, etc. Donald deixa de ser aquele eterno azarado para se tornar um herói de verdade, astucioso, humano, questionador... Apesar de receber ajuda de Mestre, muitas vezes Superpato precisa se virar sozinho, fazer decisões, etc. Na edição 05, por exemplo, ele toma decisões e raciocina por sí mesmo. Na edição 03, ele luta mesmo sem a ajuda do amigo! Superpato se torna cada vez mais um herói, a cada aventura...
Infelizmente, as vendas não foram tão boas como a editora brasileira esperava. Será que alguns imaginaram tratar-se de uma história para crianças? Se foi esse o caso, estavam bem enganados! Os conflitos morais, o tom mais sério abordado pela revista, só mostrava que o público alvo era sim o público mais adulto. Apesar das excelentes histórias, SPNA só durou 06 edições aqui no Brasil. A edição italiana (onde tudo começou), no entanto, seguiu firme por um bom tempo, até ser vítima de um reboot, e perdeu-se muito do teor mais adulto da revista. Não durou muito tempo. Mas ficará para a história essa grande revista, que certamente deixou muitas saudades...

Carlos HB




Em sentido horário: Xandum, Tecão, soldado antariano, Lya, Mestre e Superpato no centro.

Capa das revistas publicadas no Brasil



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um conto de Dillian Fa

A BATALHA DE KARNEK-3 (CONT.)
Capítulo 05: Caçados
Enquanto Dillian e Sward seguiam para o norte, Krofa e Liomer-K rumaram para o leste. Lá se encontravam as cavernas de Krrabour, lugar onde facilmente visitantes indesejados poderiam se esconder. Krofa respira fundo o gás de seus recipientes. Ele sabe que, logo que entrarem naquelas cavernas escuras, estariam correndo perigo. Olhando para Liomer, ele fala:
Vamos entrar nas cavernas. Preciso que você me dê cobertura. Fique atento a nossa retaguarda, enquanto entramos. Prevejo perigo a nossa frente...
Liomer responde meramente com um balançar de cabeça. Logo que entram, o sábio guerreiro Kondariano usa uma espécie de lanterna, seguindo em frente. Liomer reclama do grande odor daquele local, e logo Krofa reconhece ser Gás Metano, outro tipo de gás que sua raça pode respirar. Retirando, então, sua máscara de gás em grande alívio, comenta:
Isso é um grande alívio, Liomer! Agora, acho que o gás metano daqui indica corpos em decomposição, então na melhor das hipóteses, há animais selvagens aqui. Por isso... - Krofa volta seu olhar para Liomer, e percebe que ele desapareceu! - Liomer? LIOMER?
Krofa não tem tempo de procurar seu aliado. A escuridão do local é cortada com a luz de um disparo! O guerreiro cósmico, acuado, procura esconderijo em algumas estalagmites. Acuado, ele responde com um outro disparo, tentando ver seu atacante. A lanterna estava fora de alcance, num local aberto a disparos. Acuado, o guerreiro grita:
QUEM É VOCÊ? APAREÇA!
Sem resposta, Krofa dispara novamente, e pode ver duas silhuetas escondidas nas pedras. Sabendo que está em desvantagem, pensa em alguma estratégia para escapar. Dando mais um tiro para ver melhor o ambiente, quase é atingido por um tiro, mas consegue planejar algo. Dando tiros em direção ao teto, consegue derrubar algumas estalactites, que caem sobre seus adversários. Aproveitando-se da situação, pula rapidamente para pegar sua lanterna e chegar mais perto do local onde estavam seus adversários. Iluminando mais, percebe que apenas um deles fora derrubado pelas estalactites. Era um metaborg, assassinos criados a partir de guerreiros mortos e reanimados ciberneticamente, geralmente programados para uma missão especifica. O metaborg estava semi destruído, com sua força central se apagando. Sem perceber, Krofa era alvo do outro metaborg, que já preparava-se para o ataque.
Então, o brilho de uma espada de energia verde corta o ar, e o metaborg tem sua cabeça decepada! Liomer acabara de chegar no local.
Liomer! Onde você estava?
Desculpe, Krofa! O cheiro desse lugar estava me dando enjoo e... bem, voltei pra recuperar o fôlego.
Voltou em boa hora! Infelizmente perdemos esses metaborgs. Jamais saberemos quem os programou...
Verdade... Uma pena!
Os dois guerreiros resolvem voltar para informar Halak Qwan sobre o ocorrido. Liomer permanecia calado, meio desconfortável com alguma coisa. Krofa Arpor apenas meditava. Se os metaborgs foram programados para ataca-los, por que não foram atrás de Liomer? Ou era outro objetivo? O sábio guerreiro apenas guarda esses assuntos para sí, enquanto continua sua jornada...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um conto de Dillian Fa

A BATALHA DE KARNEK-3 (Cont.)
Capítulo 04: Perigo no vale de fogo
Dillian e Sward partem a pé para o local designado por Qwan. O Vale de Karnek-2, parte do grande conjunto de montanhas Karnek, era cortado por um rio de lava. Era um lugar absurdamente quente, onde as criaturas mais resistentes dominavam. Era um local importante nas investigações, pois Karnek era inóspito e propício a receber visitantes indesejados. Segundo os registros, uma necronave (naves usadas por piratas e caçadores de recompensa) fora vista por essa área, há alguns ciclos atrás. No caminho, Dillian tenta puxar assunto com Sward:
Então, você é o campeão do setor 03. Diga-me, Sward, como entrou para os Guerreiros Cósmicos?
Sward permanece calado por um tempo, mas acaba respondendo a pergunta.
Sou originário de Gawba. Fui escolhido a dedo por nosso Z'Kall para ingressar na tropa dos Guerreiros Cósmicos, por minhas vitórias militares e perícia Tática. Passei boa parte de minha vida servindo a tropa, e por isso fui designado para cuidar de meu próprio batalhão no setor 03.
Curioso você falar do batalhão. Houve problemas na ultima missão, ouvi dizer. O que aconteceu?
Sward nada responde. Dillian já esperava por essa reação, mas não poderia deixar de comentar o assunto. Sward agia estranhamente desde que a missão começou, e isso o preocupava. Porém, a união da dupla seria posta a prova mais cedo do que esperavam.
Ao chegar no local, ambos se dividem para procurar pistas. Dillian vai a um local alto, de onde podia ver o grande rio de lava ardente. Daquele ponto, podia ter uma ampla visão do vale, que aparentemente nada havia de errado. Mas o espírito de guerreiro de Dillian ardia muito mais, e sabia que não estava sozinho naquele local. Olhando para o chão, vê marcas de lâminas que foram afiadas não fazia muito tempo e se agacha para ver mais de perto. E logo percebe a sombra vindo logo atrás de si.
Morra, Guerreiro Cósmico! - Gritava um atacante zobahriano, com um grande machado! Dillian aciona sua espada de energia rapidamente e defende o ataque.
Acha mesmo que me pegará desprevenido, lagarto traiçoeiro?
Dillian, em um movimento rápido, golpeia a mão de seu adversário, fazendo-o largar sua arma. Com outro chute em seu estômago, afasta o oponente, levantando-se logo em seguida e se preparando para o combate. O Zobahriano avança com fúria contra o guerreiro, que se desvia sem muita dificuldade e fere-o nas costas com sua espada.
Acha mesmo que irá me vencer assim? Sou um guerreiro treinado! E você não está usando seu parco raciocínio, o que é um erro monumental.
Mal termina de dizer estas palavras e é atacado por trás, por um outro oponente que não tinha percebido. Ao cair no chão, vê um ZaAhno errante do qual conhecia muito bem. Varash, que no idioma ZaAhno-Arcaico significa assassino, era um velho inimigo de Dillian.
Hehehehehehhe... Ah, Dillian. Você é sempre tão ingênuo? Grster, o grandão desajeitado, é fraco em combate, mas serve perfeitamente como isca viva.
Varash! Verme traiçoeiro... Não me espanta estar aqui. Acha que vou me render a um verme como você?
De forma alguma! Quero matá-lo agora mesmo!
Dillian se levanta e se prepara para o combate. Grster, o zobahriano, também estava pronto para o combate, o que dava a Guerreiro Cósmico certa desvantagem. Com os punhos cerrados, Dillian espera um deles começar o ataque. E é Grster quem começa, avançando impetuosamente contra Dillian! Prevendo esse ataque, Dillian salta e passa por cima de seu adversário, que beija o chão. Varash começa seu ataque, atirando contra Dillian, que se defende com sua espada de energia. Grster pega seu machado e ataca, obrigando o guerreiro a recuar. O destemido guerreiro cósmico tem que se preocupar agora em não levar um tiro de Varash, ao mesmo tempo que duela com Grster! Mas um dos tiros acerta em cheio o peitoral de sua armadura, fazendo-o cair. Mal tem tempo de reação, pois seu adversário zobahriano o ataca impiedosamente com o machado. Dillian se desvia como pode, mas está quase chegando no precipício do vale.
Admita, Fa! Você perdeu esta batalha! - zomba Varash.
Antes que pudesse dar mais um tiro, Varash é surpreendido com um golpe em suas costas. Sward aparece logo atrás dele, portando sua espada de energia.
Admita, vilão! Você perdeu esta batalha! - ironiza Sward, apontando sua espada para o rosto de Varash.
Trazendo amigos para proteger sua retaguarda, Fa? Parabéns! Um a zero dessa vez... - Ao dizer isso, Varash solta de seu bolso uma granada de gás, e aproveita-se disso para fugir.
Quando a poeira abaixa, apenas Sward e Dillian estão presentes, e Sward estende sua mão para que seu aliado possa se levantar.
Obrigado, Sward... Mas sabe que eu poderia resolver a situação sozinho, não? - fala Dillian, enquanto se levanta.
Isto estava bem evidente. Ouvi os tiros e vim correndo para cá.
Temos que encontrar a nave deles! Não podem estar longe...
Esqueça isso. Temos de levar o memorando para Halak Qwan. Temos a prova de que há algo acontecendo por detrás dos bastidores, e isso deve ser relatado o quanto antes!
Não! Eles podem estar próximos! Devemos segui-los e impedir que avancem!
Façamos o seguinte, então. Vá falar com Qwan, e eu prometo ficar aqui investigando...
Dillian reluta em aceitar, mas Sward não permite que ele fique. Isso causa desconfiança por parte do guerreiro ZaAhno, mas Sward estava certo em querer relatar o acontecido a Qwan. Parte então, ainda que com ressalvas sobre a confiabilidade de Sward...

Um conto de Dillian Fa

A BATALHA DE KARNEK-3 (CONT.)
Capitulo 03: Um pai e seus dois filhos
Assim que amanhece, nos Guerreiros Cósmicos são levados a presença de Gran-Tah, que estava sentado em seu trono. Sua aparência não mentia: Estava moribundo. Grandes e profundas cicatrizes, sinais de velhice e olhar vazio. Ainda assim, com uma voz imponente, recebe os cinco visitantes.
Bem vindos a Zobah, jovens guerreiros! Aproximem-se e digam qual o motivo de sua visita.
Estamos aqui em missão diplomática, Gran-Tah! - respondia Halak Qwan, em posição respeitosa - Seu filho, Braxzy, alegou que seu irmão Krwur esteve fazendo alianças escusas com criminosos procurados, e estamos investigando sua acusação, para resolver os conflitos pertinentes.
Conflitos pertinentes? - Gran-Tah solta uma gargalhada alta e assustadora - Permita que este velho governante interprete seu comentário. Meus filhos estão brigando para conseguir me matar e roubar meu trono, e o mais velho chama vocês para conseguir o que quer. Deixe-me explicar um pouco de nosso ritual de passagem do trono. Estão vendo aqueles crânios na parede? - fala apontando para uma parede com sete crânios zobahrianos arrumados em linha reta - O ultimo daquela fila é o Gran-Tah anterior a mim, meu pai. Quando este ficou moribundo, eu lutei contra meu irmão, em uma batalha não mortal, onde apenas um poderia sair vencedor. Após isso, meu pai se arrumou de suas melhores armas e foi banhado com óleo silvestre. Minha batalha com ele foi até a morte de um de nós. Esta é a tradição!  Para suceder ao trono, é necessário ter um duelo mortal com o Gran-Tah vigente, para que este possa mostrar seu valor. Após mata-lo, estará pronto para receber o trono, e tomar quaisquer decisões difíceis. - um silêncio toma conta dos Guerreiros Cósmicos - Isto posto, é de admirar que meus filhos se entusiasmem em me matar. Conseguem ver a ironia de sua presença aqui, Guerreiro Cósmico?
Os guerreiros nada dizem. É quando um lacaio surge, falando no idioma Zobahriano com Gran-Tah. Este, olhando para os guerreiros logo em seguida, anuncia:
Terão a oportunidade que desejam, bravos guerreiros. Apenas não quero discórdia e caos em meu império. Agora, conheçam meus filhos!
Ao olharem para trás, eles vêem chegar Braxzy e Krwur, elegantemente vestidos com armaduras. Ambos sequer olham para os visitantes, sentando-se ao lado de Gran-Tah; Braxzy na direita e Krwur na esquerda. Os Guerreiros Cósmicos ficam admirados com a presença de Krwur no palácio. Gran-Tah parece feliz ao ver os dois. Dirigindo-se aos guerreiros, fala:
Acho que alguns de vocês não conhecem nossa situação atual. Nossos súditos almejam a democracia, mesmo sendo estúpidos demais para fazer escolhas. Krwur, segundo a acusação feita, está fomentando rebelião, para que possa mudar nossos costumes. Assim, será mais fácil para ele ganhar o coração dos fracos e ganhar o trono, ao invés de lutar e provar seu valor.
Essas insinuações são tolas, meu pai! - exclama Krwur, olhando para Braxzy - Sempre respeitei nossos costumes e sempre o honrei!
Então pare de demonstrar fraqueza! Você sempre foi muito sentimental, e isso pode afetar seu entendimento.
Com isso, Gran-Tah despede os cinco guerreiros, que voltam a sua nave e partem de lá. Preferem ficar em um lugar onde tenham privacidade, e vão a uma das regiões inóspitas do planeta, para traçar um plano de ação e atualizar seus registros. Qwan continuava sua impecável liderança, designando duplas para fazer um rastreamento do Planeta, para coletar possíveis provas de conspiração. Dillian fica com Sward e Liomer fica com Krofa. Todos partem para sua missão, exceto Qwan, que permanece na nave lendo e relendo os registros e montando o quebra-cabeças da situação.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um conto de Dillian Fa

A BATALHA DE KARNEK-3 (cont.)
Capítulo 02: Zobah, o reino da fúria!
Pelo vizor da nave, os guerreiros podem contemplar o planeta Zobah. Um planeta relativamente pequeno e cor de vinho, com três luas e alguns asteróides orbitando ao seu redor, como uma linha de defesa natural. Era um planeta quente, e cheio de cavernas e grandes montanhas e picos. Não havia água em Zobah, mas grandes rios de lava. Vegetação parca, e ressequida. E no solo castigado pelo calor, há forte neblina, que ajuda o planeta a não sucumbir. A fauna de Zobah era unica em toda a galáxia, com grandes répteis e ferozes mamíferos. Os insetos eram um incômodo de cinco centímetros, alguns venenosos e voadores, dos quais ficavam em lugares isolados. Enquanto a nave cósmica passava, podia-se observar os dominantes moradores daquele planeta, os Zobahrianos. Seres reptilianos, de escamas escuras e grandes presas. Um zobahriano adulto podia chegar aos 2,5 metros de altura! Alguns deles, ao olhar a nave e ver o símbolo dos Guerreiros Cósmicos estampado, escondem-se em suas cavernas, olhando ora com curiosidade ora com raiva. Corpos de zobahrianos mortos eram encontrados pelo chão, alguns já putrefatos. Isso se deve por que em Zobah não havia o costume de enterrar os mortos. Isso causava um odor terrível para quem não estava acostumado com aquele planeta castigado. Era neste planeta que os cinco guerreiros passariam um bom tempo!
Um calafrio toma conta de Dillian Fa no instante em que entram na órbita do planeta. Ele conhece a fama de Zobah, e a situação caótica daquele povo. Ele não era o único. Krofa Arpor, apesar de não deixar transparecer, temia pelo perigo daquela missão. Krofa estava com um filho por nascer, e gostaria muito de ver seu nascimento. Mas ele não se permitia demonstrar temor, pois preocupava-se em encorajar seus companheiros. Enquanto a nave pousava no monte Korhga, Braxzy os esperava, junto com seus soldados de elite e lacaios. Enfim, quando a nave pousa, os cinco guerreiros descem já trajados com suas armaduras.
Sejam bem vindos a Zobah, Guerreiros Cósmicos... Sou Braxzy, o futuro Gran-Tah. - apresentava-se ele, com pompa.
Sua realeza nos recebe com boa hospitalidade - Toma a frente Halak Qwan, cumprimentando o anfitrião - Porém, sabes que as leis de seu planeta exigem nosso comparecimento ao Gran-Tah vigente. No caso, seu pai. Peço que possamos cumprir esta exigência com máxima urgência, para que possamos cumprir nossa missão.
Oh! É claro, guerreiro. É uma pena que Gran-Tah esteja moribundo demais para atender-vos agora. Providenciarei seus aposentos e seu comparecimento a Ele.
Logo, Braxzy faz um ruído simbilante, e seus lacaios abrem caminho para que possam chegar aos seus aposentos. Dillian entreolha os guerreiros e lacaios de seu anfitrião, e nota a desconfiança no olhar de todos. A tensão era muito perigosa, ainda mais levando em consideração a índole dos zobahrianos. Logo, cada um chega aos seus aposentos. Não havia casas ou prédios em Zobah, apenas cavernas bem talhadas. Aquele monte era o mais alto, que podia ver toda a extensão do império. 
Logo chega a notícia que Gran-Tah só poderia recebe-los no dia seguinte. Enquanto isso, poderiam aproveitar para conhecer os aposentos do monte. Isso seria necessário, pois o local era quase um labirinto! Na madrugada, Sward aproxima-se da nave. O local proporcionava uma visão assombrosa do planeta. O que ele não sabia era que Halak Qwan o observava, escondido nas sombras. O Sward apenas observava a paisagem, com os punhos cerrados e cabeça baixa...

Um conto de Dillian Fa

A BATALHA DE KARNEK-3 (cont.)
Capítulo 01: Os cinco tripulantes
Rumando para Zobah em uma nave especial dos Guerreiros Cósmicos, os cinco tripulantes tinham diferentes reações para esta missão. Sward, como de costume, falava pouco e tinha um olhar distante. Krofa pilotava a nave de maneira suave, emitindo o barulho natural de sua máscara de gás, graças a peculiaridade de sua raça Kondariana respirar gás  Dor'shan. Dillian Fa andava para lá e para cá, em sua impaciência habitual. Halak Qwan estava sentado no posto de comando, olhando atentamente os registros passados pelos Anciãos. Liomer-K, como de costume, falava sem parar em como todos ali estavam sendo levados para a morte certa.
Não é óbvio? Alguma coisa tem nessa história... - reclamava ele, sentado e direcionando sua pergunta a Sward, que nada respondia e sequer retornava o olhar.
Acho que você está muito exaltado, Liomer! - cortava Krofa, sempre de olho no trajeto. - Estamos cumprindo nosso dever, e você bem sabia disso quando entrou para os Guerreiros Cósmicos.
Krofa, veja só! - fala ele, levantando-se e seguindo em direção a Krofa - Você é do setor 17. Dillian e Qwan são do 12. Eu sou do 9 e o Sward do 3. Não entendo por que os Anciãos não escolheram apenas do setor 9, que é onde a gente está indo. Por que essa mistura entre as jurisdições de cada um?
Talvez por que você não está trabalhando como deve... - Fala Halak Qwan, segurando o ombro de seu tripulante receoso - Ou quem sabe, por que Zobah tem um problema de maior importância, e por isso não deve ser tratada levianamente? Você sequer leu o protocolo desta missão, verme falastrão?
Com isso, Liomer senta-se novamente, envergonhado. As palavras de Qwan sempre impunham respeito, e poucos ousariam contrariá-lo em qualquer questão. Dillian, olhando para Krofa, diz:
Quanto tempo falta para chegarmos a Zobah?
Acho que chegaremos lá no iniciar do dia. Você é sempre assim impaciente, Dillian?
Estou com um mal pressentimento com respeito a essa missão. Braxzy alegou um traidor em nossas fileiras. Não sei até que ponto aquele lagarto peçonhento fala a verdade, mas acho que isso pode ser um agravante para nós...
Nesse momento, o olhar de Sward volta-se para Dillian. Seu olhar é de um rancor amedrontador, e seu rosto expressava raiva. Dillian havia pisado no calo de seu aliado, mas este nada faz a não ser desviar novamente o olhar, sem dizer uma palavra...
O que eu quero dizer é: acho que nos chamaram não para ajudar, mas para manter-nos por perto. Isso me cheira a armadilha, e temo que o ressentimento possa destruir qualquer raciocínio correto. Não confio em Braxzy, nem em seus súditos-lacaios.
Acho que você terá respostas muito em breve, Dillian. Mas lembre-se de que nossa missão em Zobah é recuperar a ordem do planeta. E para isso, precisamos de ordem interna. - fala Qwan, em sua voz gutural, olhando para todos ali presentes.
Assim, os tripulantes seguem seu curso. Logo estariam em um planeta caótico, e o clima estava tenso. A serenidade de Krofa ajudava a acalmar os ânimos, e Qwan era um líder natural, corrigindo qualquer alteração nos ânimos de seus companheiros. Em seu íntimo, ele sabia que a missão tinha um objetivo especial. Porém, nada comentava a respeito de um traidor. Liomer-K tentava puxar assunto com Sward, sem sucesso. Aquele guerreiro parecia tão distante... O que levantava a preocupação de Dillian, que apenas observava o cenário. Seria Sward um traidor?